sexta-feira, 27 de março de 2009

Agora sim minha avó morre de desgosto...

Dia desses estava caminhando (entende-se vagabundeando) pelas ruas e bairros de Porto Alegre quando vi, em frente a uma igreja, uma faixa – na verdade parecia mais um outdoor – um tanto peculiar: “proibida a entrada de pessoas perfeitas nesta igreja”. Tive naquele momento um resgate de memória. Aos 15 anos, na longínqua década de 1990, quando ainda gozava da gabardice e valentia que apenas os primeiros anos juvenis são capazes de nos proporcionar, criei uma teoria alternativa quanto à integridade de um semelhante: Jesus.
Não vou encher linhas com as precárias idéias de encadeamento genético e perfil psicológico que formulei na época, mas o resultado de tudo foi o questionamento das preferências sexuais de Jesus. Coisa de guri... Como na época estudava em um colégio católico, não preciso comentar a repercussão que teve minha lógica de pensamentos. Herói entre os colegas (a maioria, ao menos) e herege entre os professores, alcancei uma “popularidade” que nunca sonhei. Virei nome de equipe de gincana e até personagem de quadrinhos no jornal escolar. Longe de querer abafar a situação, ainda dei corda na tese. A inscrevi na feira de ciências.
Foi a gota d’água! Após uma apresentação sofrível, meus pais foram “convidados” a comparecer na escola. O pior não foi o mijaço (ou mijasso?) que levei do pai e da mãe (na verdade meu velho até achou graça), mas sim ouvir de um padre tão velho que poderia ser o tutor de Marcelino Champagnat, que é esse o resultado quando se dá conhecimento à qualquer pessoa. Resumo da missa: suspenso por três dias, excomungado e proibido de entrar na capela do colégio.
Hoje, 12 anos mais tarde, novamente sou barrado na frente de uma igreja. Agora sim minha avó morre de desgosto...

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